Segundo a família, ela morreu em decorrência de um câncer. Kodama foi escritora, tradutora, colaboradora e herdeira universal da obra de Borges.
Não sou masoquista; era uma pessoa adorável", disse certa vez em uma conferência na Feira do Livro de Guadalajara, no México. O escritor a conheceu quando ela tinha apenas 16 anos e estudava Literatura. "Sinto saudades de Borges e de como nos divertíamos.
Kodama era até agora presidente da Fundação Internacional Jorge Luis Borges, que fundou em 1988, tendo tido um envolvimento muito ativo em várias disputas ...
"Este seu amigo e seu advogado despedem-se de ti. Filha de mãe argentina e de pai japonês, Kodama tivera um casamento civil com Borges, sendo uma ajuda fundamental para o trabalho literário, bem como nas viagens, do autor de "O Aleph", quando este perdeu a visão. Agora entrarás no "grande mar" com o teu querido Borges.
Única herdeira do escritor argentino, ela o conheceu aos 16 anos. O casamento ocorreu em 1986, pouco antes da morte de Borges.
Filha de pai japonês e mãe alemã, Kodoma conheceu Borges quando era estudante, aos 16 anos. "Agora entrarás no 'grande mar' com seu querido Borges", escreveu ele. Única herdeira do escritor e titular de seus direitos autorais, Kodoma fundou, em 1988, a Fundação Internacional Jorge Luis Borges e administrou empenhadamente o legado do marido.
Em uma de suas últimas entrevistas com LA NACION, María Kodama havia antecipado sua decisão de que duas universidades estrangeiras continuariam com a ...
A escritora também revelou que compartilhava uma crença sobre a vida após a morte com o autor de "Ficções". A escritora e advogada Claudia Farías Gómez, coautora com Kodama de "La divisa punzó", disse ao veículo que a autora trabalhou e estudou até o último dia. Visto desta forma, a morte de Kodama constitui um reencontro com o homem que ela amava. Ele também destacou que "por desejo de María Kodama", não haverá um velório dos restos mortais da escritora. “Não posso dizer o que são essas universidades porque vão enlouquecê-los e não vão querer saber de nada”, concluiu. Não quero que aconteça o que aconteceu com o legado de Victoria Ocampo [em referência ao patrimônio material da escritora, hoje sob cuidados da UNESCO].
Morta domingo, Maria Kodama era questionada pela gestão do patrimônio do autor de 'O aleph' e até por seu casamento.
A viúva de Borges o denunciou por plágio em 2011, e a Justiça absolveu Katchadjian em 2017. Já não frequentava os cafés da Recoleta de que tanto gostava, entre eles um da rede Havanna, e onde marcava as conversas com amigos e jornalistas mais próximos. Sua família eram seus amigos, e um desses amigos será, com certeza, quem ficará com o tesouro que ela dizia cuidar com a fortaleza de um samurai — as referências ao Japão eram frequentes em suas conversas. Numa das últimas entrevistas que concedeu ao GLOBO, em 2017, contou que estava preparando um livro no qual desmentiria todas as barbaridades que tinham escrito sobre ela, as calúnias, após a morte de Borges. Solitária, Kodama decidiu, nos últimos tempos, mudar-se para o hotel Loi Suites, no bairro portenho da Recoleta, onde teria a ajuda e os cuidados de que precisava. Um dos principais críticos de Kodama foi Alejandro Vaccaro, biógrafo de Borges, para quem a união entre o escritor e sua última esposa era ilegal. — No final ela já não saía, estava muito fraca e precisava de ajuda para caminhar. Procurada pelo GLOBO, a editora Penguin Random House informou extraoficialmente que tampouco tem informações sobre quem ficará com o patrimônio de Borges, e que seu contrato para publicar obras do autor vence dentro de dois anos. O tamanho do patrimônio — cultural e material — é incalculável. Em seu país, a viúva do escritor enfrentou críticas ferrenhas, processos judiciais com escritores que, segundo ela, cometeram plágio da obra de Borges, e questionamentos sobre seu relacionamento com o marido, com quem se casou no Paraguai, dois meses antes de sua morte, em 1986. Foi Soto quem encarou um dos processos judiciais mais dolorosos para Maria, que terminou há alguns anos, contra o escritor Pablo Katchadjian, autor do livro “O Aleph engordado” (2009). Isso era o que Kodama queria, e deixou bem claro nas últimas entrevistas concedidas à imprensa local, no final do ano passado.