Não faz muito tempo, era comum as empresas receberem suas funcionárias com flores no Dia Internacional da Mulher. Se fosse uma rosa vermelha, então, melhor. E a ...
E isso é muito, muito bem-vindo num mundo em que as fontes de informação continuam, predominantemente, masculinas e brancas. A primeira é lembrar tudo que caminhamos (com e sem salto) para chegar até aqui — e poder votar, estudar, trabalhar, além de criar filhos — e a segunda, de falar dos problemas que ainda existem e pedir ajuda. Em alguns, sinto um certo descontentamento com a data — nesses casos, é difícil argumentar sobre a necessidade de, ainda hoje, termos um dia para marcar a desigualdade de gêneros. Também gera um certo desconforto o presente simbólico (e clichê) diante de tantos e tão graves problemas enfrentados pelas mulheres — seja no mundo do trabalho ou na sociedade. Os colegas diziam parabéns, alguns questionavam a falta de um “dia do homem”. E a lembrança era geralmente acompanhada de um bilhetinho: “Parabéns, mulher, pelo seu dia”.