Vencedora do Festival da Canção de 1973, quase no fim da ditadura, a Tourada é mote para um concerto este domingo em Lisboa, no Tivoli BBVA, e dia 11 na ...
A 26 de fevereiro de 1973 Ary dos Santos e Fernando Tordo, respetivamente letrista e compositor, "tourearam" o regime totalitário e a burguesia que o ...
Tourada viajaria para o Luxemburgo "com bandarilhas de esperança", não só para uma consagração lá fora, mas essencialmente para uma outra vitória que se avizinhava para o povo português e para a qual se queria que a festa não arrefecesse. Onze e picos e um "boa-noite" do locutor português, Artur Agostinho, finalizou a transmissão para Portugal, num dia em que coincidiu, curiosamente, com um dos quatro do Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro (4 a 8 de abril). Do lado dos autores, a "faena" contestatária da classe tauromáquica não foi levada a sério, até agradecendo a promoção, porque a canção não se apresentava mais do que uma sátira de costumes, ou como disse Alexandre O"Neill, "a sátira ataca o que há de postiço e de cartaz na Festa e no resto" (Ibid., p. A versão francesa foi muito elogiada, e houve quem perguntasse por que razão não havia a Tourada de ser interpretada em francês, o que não seria bem visto pela RTP, obviamente, nem pelo Governo. A Tourada findou com gritos de "lixo" e "fora", com cochichos e apitos agitados por quem não vestia smoking (mesmo alugado), nem saíra do quase sumptuoso (e asfixiante) ambiente." Quando, a 17 de março, a organização da Grande Noite do Fado decidiu entregar o Prémio de Imprensa ao Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e convidou Ary dos Santos para fazer a respetiva entrega, o poeta da Tourada saiu nos braços da polícia, protegido dos espectadores que o apupavam. Um propalado "crime" de lesa-tauromaquia fez com que a canção se visse onde nunca suporia estar: "Numa vasta e ululante arena, assistindo a estocadas dos "diestros" e das bancadas. A 26 de fevereiro de 1973 Ary dos Santos e Fernando Tordo, respetivamente letrista e compositor, "tourearam" o regime totalitário e a burguesia que o apoiava, no palco do Grande Prémio TV da Canção, no Teatro Maria Matos. Com estes pseudónimos, Ary dos Santos e Fernando Tordo, respetivamente letrista e compositor, "tourearam" o regime totalitário e a burguesia que o apoiava, no palco do Grande Prémio TV da Canção, no Teatro Maria Matos. Com arranjo musical do maestro Pedro Osório e a posterior direção de orquestra do maestro Jorge Costa Pinto (nem maestros nem músicos foram vistos pelos telespectadores), a sátira taurina congeminada por Tordo e Ary venceu em Portugal, ganhou 35.000$00 e saltou a barreira para o Luxemburgo: ambos "cortaram orelhas e rabo na lide maior da canção portuguesa de festival. Depois da aprovação das canções para o concurso, através da análise da partitura, do poema e da gravação (sem identificação dos autores), Luís Andrade e Mello Pereira (da programação recreativa da RTP) são chamados ao diretor de programas, que lhes fala das reticências colocadas pelo censor em relação à Tourada, a que os primeiros reagem com o espectro da demissão, seguindo-se uma reunião com o presidente da RTP, Ramiro Valadão, que propõe que a letra seja apresentada ao secretário de Estado da Informação e Turismo, César Moreira Baptista, que não se opõe. Na sala da casa de Ary, por sinal habitualmente fechada, o poeta pergunta a Tordo o seguinte, depois de este tocar uns acordes: "O que é que te faz lembrar isso?"
Em 1973, Fernando Tordo achincalhou o regime e venceu o Festival RTP da Canção. O músico e a investigadora Sofia Lopes revelam os bastidores de uma vitória ...
Naquele televisor a preto e branco, entra em cena um homem com feitio de miúdo, ouve uma trombeta e ri-se — é o toque de entrada da tourada, qualquer português o conhece — ergue um braço, e toda uma canção, em jeito de desafio. “Então, senhores deputados, eu continuo: a paz, a verdadeira paz…”. “A paz, a verdadeira paz é fruto da liberdade dos cidadãos, e de forma nenhuma do resultado da política imposta pelo grupo que está no poder”.
Há 50 anos, no dia 26 de fevereiro de 1973, a canção "Tourada" foi interpretada por Fernando Tordo e ganhou o X Festival RTP da Canção, que foi transmitido ...
O seu romance “Mau Tempo no Canal”, publicado em 1944, é uma das obras mais importantes da literatura portuguesa do século XX e uma referência na literatura açoriana. O seu nome permanecerá para sempre na memória dos amantes da literatura e da cultura em Portugal e além-fronteiras. Considerado um dos maiores nomes da literatura portuguesa do século XX, Nemésio deixou um legado que atravessa gerações e continua a ser apreciado por leitores em todo o mundo. Ao longo da sua vida, recebeu várias distinções e prémios literários, incluindo o Prémio Camões, em 1994, considerado a mais importante distinção literária em língua portuguesa. David Mourão-Ferreira deixou um legado literário e cultural inestimável, que continua a inspirar e emocionar gerações de leitores em Portugal e no mundo. Depois de concluir os estudos secundários, mudou-se para Coimbra, onde frequentou a universidade e se tornou um dos fundadores do movimento literário Presença. Além disso, David Mourão-Ferreira foi também Secretário de Estado da Cultura entre 1976 e 1979, diretor do diário A Capital e presidente da Associação Portuguesa de Escritores. No espetáculo, surgem as personagens de Titoune e Bonaventure, que vão “em busca de luz e chegam de outro lugar” ao som da música de Thomas e Bastien. A 24 de fevereiro de 1927, nasceu em Lisboa David Mourão-Ferreira, um dos escritores portugueses mais importantes do século XX. Foi uma canção marcante que toureou a Censura e que, até hoje, é recordada como uma das mais polémicas e icónicas da história do Festival RTP da Canção. Em São Teotónio, “Campana” será apresentado, nos próximos dois fins de semana, no Parque de Feiras e Exposições, no concelho de Odemira. O cabo fundador do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa foi dos primeiros a reconhecer que a letra da canção não tinha nada a ver com uma crítica às touradas.
Emissão especial da Antena 1 assinala o meio século de vida de uma canção que conquistou um lugar de destaque na nossa memória coletiva.
Com letra de Ary dos Santos o festival apresentava ainda as canções Semente, por Paulo de Carvalho (e música de Fernando Guerra) e É Por Isso Que eu Vivo, com música e interpretação de Paco Bandeira, tendo-se classificado em segundo lugar. Com seis milhões de portugueses nessa noite em frente à emissão da RTP, a canção levantou desde logo, para muitos, a surpresa de ali ter chegado, já que passara o crivo da censura que a poderia ter votado ao silêncio no processo de apuramento das concorrentes para o festival. O Teatro Maria Matos, em Lisboa, que nessa noite acolhia a décima edição do Grande Prémio TV da Canção (como então era designado o Festival da Canção).
A 26 de fevereiro de 1973 Ary dos Santos e Fernando Tordo, respetivamente letrista e compositor, "tourearam" o regime totalitário e a burguesia que o ...
Tourada viajaria para o Luxemburgo "com bandarilhas de esperança", não só para uma consagração lá fora, mas essencialmente para uma outra vitória que se avizinhava para o povo português e para a qual se queria que a festa não arrefecesse. Onze e picos e um "boa-noite" do locutor português, Artur Agostinho, finalizou a transmissão para Portugal, num dia em que coincidiu, curiosamente, com um dos quatro do Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro (4 a 8 de abril). Do lado dos autores, a "faena" contestatária da classe tauromáquica não foi levada a sério, até agradecendo a promoção, porque a canção não se apresentava mais do que uma sátira de costumes, ou como disse Alexandre O"Neill, "a sátira ataca o que há de postiço e de cartaz na Festa e no resto" (Ibid., p. A versão francesa foi muito elogiada, e houve quem perguntasse por que razão não havia a Tourada de ser interpretada em francês, o que não seria bem visto pela RTP, obviamente, nem pelo Governo. A Tourada findou com gritos de "lixo" e "fora", com cochichos e apitos agitados por quem não vestia smoking (mesmo alugado), nem saíra do quase sumptuoso (e asfixiante) ambiente." Quando, a 17 de março, a organização da Grande Noite do Fado decidiu entregar o Prémio de Imprensa ao Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e convidou Ary dos Santos para fazer a respetiva entrega, o poeta da Tourada saiu nos braços da polícia, protegido dos espectadores que o apupavam. Um propalado "crime" de lesa-tauromaquia fez com que a canção se visse onde nunca suporia estar: "Numa vasta e ululante arena, assistindo a estocadas dos "diestros" e das bancadas. A 26 de fevereiro de 1973 Ary dos Santos e Fernando Tordo, respetivamente letrista e compositor, "tourearam" o regime totalitário e a burguesia que o apoiava, no palco do Grande Prémio TV da Canção, no Teatro Maria Matos. Com estes pseudónimos, Ary dos Santos e Fernando Tordo, respetivamente letrista e compositor, "tourearam" o regime totalitário e a burguesia que o apoiava, no palco do Grande Prémio TV da Canção, no Teatro Maria Matos. Com arranjo musical do maestro Pedro Osório e a posterior direção de orquestra do maestro Jorge Costa Pinto (nem maestros nem músicos foram vistos pelos telespectadores), a sátira taurina congeminada por Tordo e Ary venceu em Portugal, ganhou 35.000$00 e saltou a barreira para o Luxemburgo: ambos "cortaram orelhas e rabo na lide maior da canção portuguesa de festival. Depois da aprovação das canções para o concurso, através da análise da partitura, do poema e da gravação (sem identificação dos autores), Luís Andrade e Mello Pereira (da programação recreativa da RTP) são chamados ao diretor de programas, que lhes fala das reticências colocadas pelo censor em relação à Tourada, a que os primeiros reagem com o espectro da demissão, seguindo-se uma reunião com o presidente da RTP, Ramiro Valadão, que propõe que a letra seja apresentada ao secretário de Estado da Informação e Turismo, César Moreira Baptista, que não se opõe. Na sala da casa de Ary, por sinal habitualmente fechada, o poeta pergunta a Tordo o seguinte, depois de este tocar uns acordes: "O que é que te faz lembrar isso?"
Canção ousada, cheia de críticas sociais, "Tourada" fintou a censura do Estado Novo: Ary dos Santos e Fernando Tordo fizeram uma canção para a história.
Tordo explica: "A "Tourada" fez parte de um grupo de quatro temas que nós enviámos para o festival de 1973. "A mensagem extravasou a canção e passou a ser um pouco da nossa história, de um momento que relata uma fase muito grave do nosso país", diz o cantor. "Foi como normalmente eu fazia com o Ary: eu fiz a melodia, toquei para ele e ele perguntou o que é que eu queria, o que me fazia lembrar? Da forma como o país estava, como é que se concebe?" "E, porque tudo mais são tretas", sublinha Fernando Tordo, o resto é história: havia apenas um canal de TV em Portugal e o Festival da Canção era visto por 6,5 milhões de pessoas. "Nem eu, nem o Ary dos Santos, coautor da canção, esperávamos que a "Tourada" fosse escolhida.
De casaco vermelho e calças pretas (detalhes que o preto e branco da emissão televisiva na altura não podia revelar) Fernando Tordo entrou no palco do Teatro ...
A ‘Tourada’ acabara de conquistar um passaporte para representar Portugal na Eurovisão. Fernando Tordo não tinha assistido à votação, optando por ficar no bar do Hotel Lutécia, ali ao lado. A vitória do X Grande Prémio TV da Canção cabia a ‘Tourada’, de Fernando Tordo, deixando a apenas quatro pontos de distância ‘É Por Isso Que Eu Vivo’, de Paco Bandeira, canção que partilhava com a vencedora o facto de ter letra de José Carlos Ary dos Santos.