Sporting reforçou-se na II Liga, caso raro entre os chamados «grandes». Mas a reforçar a ideia de que há talento nos escalões secundários, com visibilidade ...
Para Nuno Campos, não é inevitável que um jogador que venha de escalões secundários tenha mais dificuldades de adaptação. «Nunca é fácil ir buscar um jovem jogador de uma Liga inferior e fazer uma transição para um patamar muito competitivo. Quando estamos numa dimensão maior é normal que os nossos olhos se foquem em jogadores que também são internacionais e os jogadores internacionais também já jogam em clubes de dimensão um bocadinho maior», observa Nuno Campos, que trabalhou no FC Porto e no Sp. Também para não prejudicar o jogador, se vemos que um jogador tem potencial, é melhor deixá-lo evoluir um bocadinho.» Esses compreendem mais que o clube não tem muita receita e num clube grande os adeptos não compreendem tanto e querem nomes mais sonantes», admite Nuno Campos: «Pode haver alguma frustração para os adeptos por aquele nome não ser tão sonante.» Porque é difícil essa transição», afirma, acrescentando: «E porque às vezes os clubes também não têm facilidade em dar tempo aos jogadores para se adaptarem. Os jogadores em Portugal são muito bem formados, na maioria dos casos, e com isso também têm mercado num Chipre ou numa Roménia, que não são mercados de topo mas têm já a capacidade de ir buscar jogadores a Portugal. «A captação de scouting que se faz em Portugal é muito forte. «A massa adepta de um clube grande é um bocadinho diferente da de um clube mais pequeno. Tanto assim é, que, continua, «já não é fácil as equipas da Liga conseguirem jogadores das equipas grandes»: «Os sub-19 de um clube grande têm mercado numa Holanda, numa Bélgica, num mercado que lhes dá uma competitividade grande e que eles preferem porque financeiramente também é muito superior.» Muitas vezes os outros clubes da Liga preferem recorrer precisamente aos quadros dos «grandes», onde estão jogadores de elite, em vez de olharem por exemplo para jogadores de escalões secundários. Mas reforça a ideia de que há talento nos escalões secundários, com visibilidade crescente, num mercado cada vez mais global que tem Portugal como ponto de foco obrigatório.