O filme estreia nesta quinta-feira (12) nos cinemas brasileiros como um dos prováveis favoritos ao Oscar nas categorias principal e de direção – antes mesmo do ...
A história sobre amadurecimento, amor, sonhos e egoísmo é também o olhar de um dos maiores que já existiu para a origem de sua própria paixão pelo ofício. Talvez por causa da proximidade de quem viveu aquilo. Algo que ganha notas mais doces e complexas para quem lembrar que aquele jovem um dia viria a dirigir a própria vida. Mesmo quando ele parece intransigente ou teimoso, o faz com tamanha delicadeza que é, de fato, impossível ficar chateado – algo que, muitos sabem, pode ser enfurecedor. O diretor de 76 anos entrega seu melhor filme em quase 20 anos com uma história semi autobiográfica, na qual revisita sua infância. Seria possível creditar tal status à presença do próprio Spielberg, indicado 19 vezes, vencedor em três delas.
Ford se notabilizou em faroestes e filmes de guerra como um dos grandes responsáveis, no cinema clássico hollywoodiano, em eternizar na tela a mitologia ...
Encarar Os Fabelmans apenas como uma memória romantizada da paixão pela arte é ignorar todo esse lado perverso que o olhar do artista carrega consigo, e que está latente e impresso no filme autobiográfico de Spielberg de uma forma muito consciente. A velocidade com que Spielberg faz o traveling para o espelho e o tempo mais curto do plano, de corte rápido, envergonhado, denotam a perversidade desse Sam “verdadeiro”, e a exemplo da cena do elevador em Vestida para Matar (1980) os filmes de De Palma sempre recorreram aos espelhos para revelar a natureza falsa-real das imagens, sua dualidade. Cercado de desertos na adolescência no Arizona, e alienado do núcleo familiar pelo que viria a se tornar o divórcio dos seus pais, é compreensível que Spielberg tenha se espelhado nos filmes de Ford para vislumbrar para si mesmo um futuro melhor de horizontes e conquistas.
Logo na primeira cena de "Os Fabelmans", Sammy Fabelman é levado por seus pais, ainda criança, para sua primeira sessão de cinema.
Mas é também um filme lindo e delicado, que tem o poder de lembrar a cada um de nós porque nos apaixonamos pelo cinema. Não é todo artista que tem a chance de observar o próprio passado, e "Os Fabelmans" não foge de uma certa auto indulgência ao romantizar seu próprio legado. "Os Fabelmans" não é, portanto, um "filme de Steven Spielberg" no sentido tradicional. O que surpreende nessa jornada empreendida por Spielberg é sua disposição em escancarar os próprios defeitos - e, num grau ainda mais acentuado, os de seus pais -, ao mesmo tempo em que adota um tom reconciliador, de ternura e compreensão. Quando ela vê o filme rodado por Sammy, em uma cena de rara beleza, percebe o nascimento de um artista. O filme era "O Maior Espetáculo da Terra", que Cecil B.
Vencedor de nada menos do que três Oscars, Spielberg é aclamado em Hollywood como um dos grandes cineastas de todos os tempos. Das mãos dele saíram clássicos ...
É o descobrimento de um amor que irá durar por toda a sua vida e ressignificar a sua relação com a família. Cada detalhe da trajetória de Sammy é contada por Spielberg com a ternura de quem relembra os melhores momentos de sua infância, dando uma sensação nostálgica (e deliciosa) mesmo para aqueles que ainda não chegaram em um estágio tão avançado da vida. Ver Sammy reproduzindo o acidente de trem em sua casa é apenas um dos vários momentos tocantes de Os Fabelmans. Foi apenas após muita insistência de Tony Kushner, parceiro de longa data do diretor e com quem divide o roteiro de Os Fabelmans, que ele decidiu aproveitar a pausa forçada na carreira por causa da pandemia de Covid-19 para escrever aquele que seria o seu projeto mais tocante. Comandado por [Steven Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan)](https://tangerina.uol.com.br/filmes-series/steven-spielberg-the-fabelmans-trailer/), o longa autobiográfico é uma carta de amor ao cinema e à memória do diretor. Vencedor de nada menos do que três Oscars, Spielberg é aclamado em Hollywood como um dos grandes cineastas de todos os tempos.
No premiado longa que estreia nesta quinta-feira (12/1), o diretor revê a própria adolescência, o tumultuado casamento de seus pais e sua relação com as ...
Confira os principais ganhadores do prêmio da Associação de Correspondentes Estrangeiros em Hollywood “Os Fabelmans” trata, sempre à maneira fabular de Spielberg, das dificuldades do casamento e de ser filho de alguém fora da curva. A crise sanitária colocou todos em xeque: “Senti que realmente precisava resolver as questões sobre minha mãe, meu pai e minhas irmãs”, afirmou Spielberg, em setembro de 2022, quando da première de “Os Fabelmans” no Festival de Toronto. O projeto, que ele começou a elaborar em 1999, levou mais de duas décadas para ser realizado porque o cineasta temia pela reação dos pais. Inteligência artificial”, de 2001), trata de sua infância e adolescência. Diz que é seu filme mais pessoal, e que trata de seu amor pelo cinema.
Sem precisão de 'The Post' ou poesia de 'A.I.', filme abraça autobiografia e narra descoberta do cinema pelo diretor.
A imagem-símbolo do cinema de Spielberg é a câmera se aproximando de um personagem que observa algum evento extasiado ou assustado. O carro vai embora levando tio Boris, mas no contracampo a câmera se aproxima do rosto de Sam, impressionado com a despedida do tio. É bastante desafiado e corresponde brilhantemente, ao contrário de Michelle Williams e Seth Rogen, que resvalam na caricatura em alguns momentos. que se iniciou uma recuperação crítica de Spielberg na França, capitaneada pela revista Cahiers du Cinéma e completada na época do lançamento de "Lincoln", em 2012, mesmo após dois fracassos críticos seguidos –"As Aventuras de Tintim" e "Cavalo de Guerra", ambos de 2011. Primeiro, a grandiosidade de Cecil B. Toda a sequência da descoberta é exemplar, filmada com um rigor artístico incomum em Spielberg. Desde a primeira aparição do tio Benny sentimos uma tensão sexual entre os dois, algo que o pai, vivido por Paul Dano, finge não perceber, depois aceita, com profunda melancolia. Em ["Os Fabelmans"](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/01/saiba-o-que-e-verdade-ou-mentira-em-os-fabelmans-filme-de-steven-spielberg.shtml), temos uma narrativa que recria, com boa dose de fantasia, como se deu sua descoberta e paixão pelo cinema, além de sua relação com a família entre mudanças e um divórcio. [James Gray lançou recentemente o belo "Armageddon Time"](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/11/armageddon-time-reflete-hipocrisia-dos-eua-de-trump-e-do-brasil-de-bolsonaro.shtml), com muito de sua infância. A quarta fase se inicia com "A.I. A carreira de Spielberg pode ser dividida em quatro fases distintas. Mas foi com "A.I."
Steven Spielberg revisita os encantos e as tristezas da vida em família em uma aula prática de como fazer cinema.
Chega a ser impressionante, mas não surpreendente, que Steven Spielberg transforme um filme sobre a própria juventude em uma carta de amor ao cinema norte-americano. O jovem domina o filme de forma sutil, com uma composição natural que se agiganta nos momentos em que é necessário. Em Os Fabelmans, Spielberg se mune da experiência adquirida em mais de 60 anos de carreira para colocar cada uma dessas ferramentas em ação. Os problemas evoluem de forma natural e se tornam grandiosos graças a uma construção eficaz em fazer com que o público se afeiçoe a cada personagem, e entenda os motivos por trás de cada decisão. Incorporando os traços principais dos dois – a mãe artista, o pai cientista –, a dupla traz uma dinâmica que se destaca e ao mesmo tempo cria a estrutura necessária para que o resto do elenco brilhe. E dessa vez, o cineasta decidiu voltar ao passado para narrar a própria jornada em [Os Fabelmans](https://jovemnerd.com.br/bunker/tag/os-fabelmans), uma aula de cinema em forma de semi-autobiografia.
Todo mundo sabe, e concorda, que Steven Spielberg é um dos maiores cineastas vivos. Ele não só sabe contar histórias empolgantes, que deixam qualquer um ...
Mais do que uma celebração de Steven Spielberg sobre o seu próprio trabalho, mas uma celebração da importância do cinema. Tudo bem que é a própria história de Spielberg, mas fica a sensação de que o pai foi apunhalado pelas costas e ela é a única culpada de toda a situação. O único ponto de atenção é para o retrato da mãe de Sam, Mitzi (Michelle Williams). Enquanto esses outros três filmes acabam focando em assuntos mais complexos, para dar um ar de superioridade às histórias, Os Fabelmans faz o que precisa: falar sobre o que vale a pena. É, basicamente, a história de Sammy (Gabriel LaBelle), esse garoto que começa a ter uma paixão quase inexplicável pelo cinema ainda bem jovem. Todo mundo sabe, e concorda, que Steven Spielberg é um dos maiores cineastas vivos.