Queer

2022 - 12 - 27

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Image courtesy of "Expresso"

Quando tinha 16 anos era contra o casamento homossexual. Hoje ... (Expresso)

Até aí eu tinha gostado de rapazes, mas volta e meia havia ali alguma coisa por raparigas. Na altura, achava que ou se era heterossexual ou se era lésbica/gay, ...

A dura verdade é que ninguém está a salvo de preconceitos: toda a gente os tem. Se for difícil para vocês, não é só o vosso filhe/filha/filho que pode precisar de apoio psicológico por ser um processo complicado de digerir, mas também vocês pais (e com uma pessoa terapeuta que não seja homofóbica nem transfóbica). É da criança que criaram e viram crescer de que estamos a falar. Mesmo com uma educação direcionada para liberdade, pode ser custoso para pais e mães terem filhas/os/es queer por diversos motivos, até porque ainda se trata, tendo a sociedade que temos, de todo um processo para a própria pessoa LGBTQIA+. Com a confirmação de que era queer, tive medo que os meus pais ficassem desiludidos, mas depois pensei: não têm razão para ficar. Se assim não fosse, não teríamos pessoas de esquerda com pais de direita; não teríamos filhos gays com pais conservadores. Trata-se de um conceito tradicional, apoiado pela doutrina da Igreja que é a base do conservadorismo em Portugal. Quando fui estudar para a Faculdade de Belas Artes do Porto, apercebi-me de que a sexualidade é um espectro e não temos de ser necessariamente uma coisa ou outra. Há muita gente que não gosta de rótulos: se não fazem sentido para ti, não escolhas nenhum. Ser-se trans é identificar-se com o género oposto ao género atribuído à nascença tendo em conta os órgão genitais com que se nasce. Assim, percebi que não gostava só de homens cis e cheguei à definição de “queer”. Nunca o confessei a ninguém até, nos meus 20’s, fazer um jogo de bebedeira com a minha melhor amiga, em que começámos a dizer quem nos atraía num bar.

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