Agustina Bessa luis

2022 - 10 - 14

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As palavras com luz por dentro de Agustina Bessa-Luís (Diário de Notícias - Lisboa)

Ousada e conservadora, serena, mas desconcertante, Agustina Bessa-Luís é uma das vozes mais importantes e invulgares da Literatura Portuguesa.

Por conta da visibilidade que a sua obra lhe proporcionou, foi chamada a desempenhar algumas funções públicas: entre outras, foi membro do conselho diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962), entre 1986 e 1987 dirigiu o diário O Primeiro de Janeiro (Porto), assumiu a direção do Teatro Nacional de D. Ao longo da sua obra são muitos os temas tratados pela escritora, mas há uma insistência particular em tudo o que se relaciona com o feminino, com o seu Douro e ainda com Camilo Castelo Branco (que revisitará sobretudo em Fanny Owen). Como se se fizesse tarde (a entrevista durou perto de três horas), a escritora chamou a sua empregada (na verdade, uma criada residente à antiga) e pediu-lhe que servisse o chá. Ao longo da sua infância e adolescência, a escritora viveu em vários lugares do Norte (Gaia, Porto, Póvoa de Varzim, Águas Santas, Vila do Conde e Godim), o que, à mistura com uma paixão persistente pela obra de Camilo Castelo Branco, a marcaria de forma decisiva. É o que acontece em Vale Abraão, por exemplo, em que a autora escreve: "O que elas invejavam nos homens não eram os órgãos genitais, mas o que eles representam: uma criatura completamente prestável aos jogos do acaso e livre da submissão que constrange o perverso, o malvisto, o delirante do seu próprio mérito, a lançar para debaixo dum comboio ou a comer um punhado de arsénico." E como numa história de encantamentos, o espectador/leitor enfeitiçado obedece, avançando pelos labirintos da "história de uma mulher extraordinária, Emília de Sousa, aliás Rosalina de Sousa, aliás a Baronesa da Madalena do Mar, aliás a "Boal de Cheiro", aliás "a cabrita", e, por fim, de novo, a grande Emília de Sousa, a maior atriz que o teatro português conheceu nos finais do séc. Escreveu também várias peças de teatro e as biografias de Santo António (1979); Florbela Espanca (1979); Sebastião José de Carvalho e Melo, para além dos ensaios biográficos das artistas plásticas Vieira da Silva e Martha Teles, respetivamente intitulados Longos Dias Têm Cem Anos (1982) e Martha Telles: O Castelo Onde irás e não voltarás (ensaio e biografia). Não se coibiu de dizer publicamente que não gostava de algumas das adaptações que Manoel de Oliveira fez dos seus livros (...) não se inibia de declarar o gosto por coisas que a moral determinou serem fúteis, como vestidos, malas, sapatos, joias." E vieram a toalha imaculada de branco, o bule inglês, os scones caseiros, a manteiga e o doce. Rosalina de Sousa, há-de cruzar-se com a imperatriz Elizabeth da Áustria, a bela e insaciável Sissi, que então veraneava na ilha, num encontro que a marcará como ferro e brasa e contribuirá para o mistério do seu desaparecimento. Antónia, em Lisboa, bela como ninguém e possuidora de um "olhar genial", transformada em atriz de grande talento, apesar de ser analfabeta, pelo seu protetor, o velho e perverso Visconde de Almeida Garrett, que se admite ter escrito para ela A sobrinha do Marquês". "Ouçam a minha voz e sigam-na", ordena a voz off no princípio de A Corte do Norte, o filme em que João Botelho adaptou o romance homónimo de Agustina Bessa-Luís.

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Serralves celebra Agustina Bessa-Luís com diálogo entre textos e ... (TSF Online)

Uma Exposição Escrita: Agustina Bessa-Luís e a Coleção de Serralves″ estará em exposição até abril de 2023, apresentando-se ″como um livro em três ...

Nem é uma exposição lógica no sentido de trazer para a galeria os livros de referência", explicou. É uma exposição para ver, para ser lida, que traduz uma subjetividade, que procura ampliar leituras dos textos, apela à participação do visitante convidado a levar ainda mais longe as relações que aqui são propostas", explicou Ricardo Nicolau, à margem de uma visita guiada para a Comunicação Social às três salas da mostra. Para António Preto, não é possível escolher um 'diálogo peça-texto' favorito: "São todos.

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Agustina Bessa-Luís: a descoberta cem anos depois (Jornal de Notícias)

A que verdade pertence, em seu entender, a linguagem da sibila e dos taumaturgos? De que modo, e como autora, se reconhece você em tal linguagem? As sibilas e ...

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Um ano para celebrar o centenário de Agustina Bessa-Luís (Visão)

A escritora faria 100 anos neste dia 15. Nos próximos meses a sua vida e a sua obra, uma das mais marcantes do século XX, serão revisitadas em sete momentos.

No mesmo dia, inauguram-se em Amarante O Feminino, uma História Ficcionada, revisitação da coleção do Museu Amadeo de Souza Cardoso a partir das palavras de Agustina, e A Super-Menina: Espassos, Letras e Livros, criação d’Os Espacialistas, com palavras de Gonçalo M. No âmbito do colóquio, a exposição Reflexos de uma Luz traz personagens recriadas por dez ilustradores, e acontecerá uma leitura encenada d’A Ronda da Noite, de João Sousa Cardoso e Ana Deus. Está ainda em curso a criação de diversos roteiros literários e turísticos nos vários concelhos associados à sua vida e à sua obra. A relação de Agustina com o cinema é forte, resultando sobretudo numa intensa colaboração com Manoel de Oliveira. Coordenado pelo município de Amarante, onde Agustina nasceu, integra as câmaras de Baião, Esposende, Porto, Póvoa de Varzim, Peso da Régua e Vila do Conde, a que se associaram ainda a Direção Regional de Cultura do Norte, as universidades do Porto, do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte, a Fundação de Serralves e a Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal, com o apoio institucional da CCDR-NORTE. Além da biografia de Isabel Rio Novo, O Poço e a Estrada, um retrato íntimo da escritora pode ser encontrado nos livros que a sua filha, Mónica Baldaque, tem vindo a publicar.

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Um ano para abrir a novos viajantes o vasto e populoso país de ... (PÚBLICO)

Assinalando o dia em que a romancista faria cem anos, as comemorações abrem este sábado com a inauguração de exposições em Amarante, onde nasceu, e no Museu ...

Este sábado, [Agustina Bessa-Luís](https://www.publico.pt/agustina-bessaluis) chegaria aos cem e a sua obra imensa, tão torrencial e genial como a de Camilo Castelo Branco, mas mais inquietante, mais sibilina, de um humor mais desconcertante, e talvez por isso também menos lida no seu próprio tempo, persiste como um corpo estranho e inquietante na ficção portuguesa contemporânea, um mundo que exige empenho e persistência do viajante e afasta o turista ocasional, e que, descontadas algumas notáveis excepções, poucos críticos se têm aventurado a desbravar a fundo, ou sequer a percorrer de lés a lés. Também no Porto, perto da casa onde viveu, está a ser criado por 13 artistas um mural de 120 metros inspirado nas suas ficções e personagens. Assinalando o dia em que a romancista faria cem anos, as comemorações abrem este sábado com a inauguração de exposições em Amarante, onde nasceu, e no Museu de Serralves.

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Cem anos de Agustina Bessa-Luís (SIC Notícias)

Assinala-se este sábado o centenário do nascimento da escritora Agustina Bessa-Luís, um dos maiores nomes da literatura portuguesa.

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"O Porto não é um lugar. É um sentimento." - Agustina Bessa-Luís ... (Porto Canal)

Este sábado festeja-se o centenário do nascimento de umas das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Agustina Bessa-Luís ficou ...

Este sábado celebra-se o centenário do nascimento de umas das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. A Biblioteca Pública Municipal do Porto irá apresentar narrativas curtas da escritora. Autora de uma vasta obra literária, que conta com romances, contos, biografias, peças de teatro, ensaios e livros infantis, foi considerada uma das mais geniais personalidades da literatura portuguesa. No auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, Agustina Bessa-Luís também será relembrada. Agustina foi inspiração de Manoel de Oliveira, com quem escreveu “Fanny Owen”, um romance, mais tarde adaptado ao cinema. "O Porto não é um lugar.

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Comemora-se o centenário do nascimento de Agustina Bessa-Luís (RTP)

Agustina Bessa-Luís nasceu a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, no concelho de Amarante.

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Mário Cláudio recorda Agustina Bessa-Luís (RTP)

De nome "Consultas sem Paredes", este inovador conceito clínico traz os pacientes, com sintomas do foro mental e psicológico, dos tradicionais espaços clínicos ...

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Fontainhas Fernandes: "O legado de Agustina Bessa-Luís é o ... (Jornal de Notícias)

Comissário-geral das Comemorações do Centenário do Nascimento de Agustina Bessa-Luís, António Fontainhas Fernandes mostra-se esperançado de que o programa ...

A própria exposição da vida e obra de Agustina é produzida em articulação com o Instituto Camões, que pretende depois levá-la a outros países. Foi uma figura incontornável da vida portuguesa, conhecida pela erudição, experiência de vida, e teve um papel fundamental para o enriquecimento da sociedade portuguesa. O apoio institucional pode ajudar a projetar a sua obra para nível internacional. Houve um grande apoio por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, que considera que as comemorações são um momento de relevância de um dos grandes vultos do norte com projeção nacional e internacional. Cada vez mais, as pessoas querem ser envolvidas nas decisões políticas e não receber de forma passiva as instruções dos políticos. Também existe um outro eixo, de natureza científica, que pretende traduzir a obra da Agustina para língua inglesa, projetar a obra da Agustina extramuros.

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