Em Setembro de 1911, escrevia o General Lobo de Vasconcelos ao Rei D. Manuel uma longa carta. Mais de cem anos depois, o sistema político actual do país, ...
Não a antiga que, enredada em preconceitos e laços de toda a ordem deixou-se maniatar e morrer sem se defender, mas uma Monarquia livre, uma Monarquia que produz (e conduz) o Bem e pensa no Amanhã». E a divisão entre oficiais e pseudo-militares, entre aqueles que têm vocação e comandam e aqueles que apenas se querem promover sem servir, «juntamente com a falta de meios para o serviço a fazer talvez explique a figura vergonhosa que o exército fez naquele Outubro».] Seja qual for o campo ideológico de cada um (mas esperando que, pelo menos, o tenham) é este um bom exercício, o da reflexão sobre como chegámos até aqui e que país queremos. [ Duro é também o retrato dos militares, «de todos os que mais facilmente poderiam servir de apoio eficaz mas [segundo ele] os monárquicos tiveram a habilidade de a estragarem, de modo que serviu, ainda que vergonhosamente, para fazer cair a Instituição.A maioria dos militares eram e são monárquicos mas os militares só obedecem de boa vontade, a quem possa e saiba vestir uma farda, a quem seja militar como eles». Outros, a ambição desmedida cegava-os de modo que não viram que cavavam a honra da Pátria e a sua própria. Apenas o povo, a Produtora, é para o autor a única esperança de um Portugal diferente liderado por uma Monarquia regenerada e regeneradora.