Angel Olsen

2022 - 9 - 28

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A intimidade desarmante de uma cantora maior chamada Angel Olsen (PÚBLICO)

O primeiro dos dois concertos de apresentação de Big Time no Capitólio, em Lisboa, trouxe-nos uma Angel Olsen tocante e imponente na interpretação das ...

Quando Angel Olsen cantava, naquela voz cheia, vida granulada, dramatizada, com tantas vozes lá dentro – as que a vida lhe foi dando ao longo dos anos, as daqueles e daquelas que a antecederam —, tudo era silêncio na sala, todos seguindo atentamente aquela capacidade de narrar na medida certa, sem virtuosismos estéreis, de se fazer canção na medida exacta que a canção pede. Esta terça-feira, regressa à mesma sala para o segundo dos concertos marcados para Portugal. O primeiro dos dois concertos de apresentação de Big Time no Capitólio, em Lisboa, trouxe-nos uma Angel Olsen tocante e imponente na interpretação das canções, íntima e familiar na relação com o público.

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Um dogma chamado Angel Olsen: crónica de (mais) uma noite de ... (Observador)

Um concerto que confirmou o que desconfiávamos: Angel Olsen está numa fase em que não consegue errar, nada a para, tudo é motivo para criar, com a confiança ...

O pináculo de todas estas mudanças terá sido, talvez, esta segunda-feira à noite, em palco, com banda – e a palavra palco é importante, porque no fim acabámos a perguntar-nos como é possível que Olsen consiga trazer unidade a temas de tantos discos diferentes, tão opostos em termos de ambiente, da instrumentação original, de tempo? [inicie aqui a sua sessão](#login-popup). Isto não era mau (antes pelo contrário, era bastas vezes muito bom), mas estava longe de nos fazer adivinhar o que viria a acontecer de 2014 para a frente: a partir de Burn Your Fire For No Witness (de, lá está, 2014) e até ao mais recente Big Time (deste ano), Olsen nunca mais parou de experimentar, combinar géneros, brincar com a estrutura das canções, descobrir o que podia fazer com a sua voz.

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Angel Olsen tira foto junto a mural de Zeca Afonso (Expresso)

A cantora-compositora norte-americana, que esta terça-feira dá o segundo de dois concertos no Capitólio, em Lisboa, partilhou no Instagram fotos do seu ...

Nas redes sociais, a autora de ”Big Time”, álbum lançado este ano, partilhou entretanto uma série de imagens de Lisboa. Adoro quando posso partilhar a cidade com alguém que nunca aí foi. “Vou uns dias mais cedo, como habitualmente, e levo uma amiga que nunca aí esteve.

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Angel Olsen - Dream Thing | Ao Vivo na Antena 3 | Antena 3 | RTP (RTP)

Angel Olsen volta ao lugar onde foi feliz, Portugal. Big Time é o novo trabalho que é lançado depois de a cantora norte-americana ter experienciado a perda ...

Antes dos concertos, Angel Olsen esteve nos estúdios da 3 para nos tocar duas canções e para uma entrevista com Inês Henriques. Recupera, em baixo, a conversa de Angel Olsen com Inês Henriques e a atuação completa. [Lisboa, no Cineteatro Capitólio](https://media.rtp.pt/antena3/ler/angel-olsen-traz-novo-album-a-lisboa/), nos dias 26 e 27 de setembro, com o apoio da Antena 3.

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Angel Olsen de regresso a casa: uma fera à solta no Capitólio (Expresso)

Noite mágica no Capitólio, em Lisboa, no segundo de dois concertos de Angel Olsen nesta sala. O novo disco da norte-americana, “Big Time”, ...

Resgatada ao anterior “All Mirrors” e apresentada quase em registo de torch song, esta balada foi a despedida perfeita para uma noite cheia de ternura e classicismo, em que a voz de Angel Olsen voou com a imponência e a elegância de uma águia-real - mas onde o sentido de humor e a comunicação fácil impediram o virtuosismo de se tornar demasiado pomposo. Brincando com pequenas mudanças de velocidade e com as possibilidades da sua voz, a norte-americana de 27 anos protagonizou ainda um momento emocionante, ao colocar o público a cantar a letra de uma canção que a maioria dos espectadores não conheceria segundos antes. Na primeira parte, Sarah Beth Tomberlin, que usa o nome de família como nome artístico, aproveitou a ‘boleia’ de Angel Olsen para apresentar a sua folk acústica e delicada, provando o poder que uma voz e uma guitarra ainda podem exercer sobre uma plateia atenta. Antes, já ‘All Mirrors’, tema-título do álbum de 2019, fizera estragos quando o animal selvagem que é a voz de Angel Olsen se soltou - nunca com esforço, sempre com estrondo - sobre a plateia do Capitólio. Ao contrário do que é comum nas suas companheiras de ofício, em Angel Olsen um sussurro não é sinal de timidez, mas sim de provocação, promessa ou até ameaça de algo maior ao virar do refrão. Depois do algodão doce de ‘Dream Thing’ tocar todas as notas de “Big Time” - melancolia, superação e doçura -, a viagem por um dos álbuns mais bonitos deste ano prossegue, através do tema-título, da mais contemplativa ‘Ghost On’ (de ‘cauda’ elétrica e psicadélica) e de ‘Right Now’. Bastam alguns segundos da canção que abre o concerto, ‘Dream Thing’, para perceber que a sua voz está efetivamente à frente, mas também por cima, ao centro e a toda a volta, numa espécie de surround system emocional. [em entrevista ao “Expresso”](https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2604/html/revista-e/-e/angel-olsen--o-sofrimento-e-o-que-nos-faz-dar-valor-a-vida-1), Angel Olsen explicou que a única parte má de começar as digressões europeias por Portugal é que, a partir daí, “é sempre a descer”. O facto de os portugueses “ouvirem mesmo as letras” pesa na cotação elevada que os concertos por cá têm no coração da mulher que, esta noite, se mostrou também fã das “pessoas simpáticas e dos bolinhos” de Lisboa. Tendo editado, este ano, o seu sexto álbum, “Big Time”, Angel Olsen tenta não se repetir - até porque, como confessou ao “Expresso”, vai-se cansando dos sons explorados em cada disco. Além de um ‘obrigado’ tímido, a cantora-compositora norte-americana arriscou, por estes dias em que foi turista na capital, cumprimentar com um “olá” bem redondo um empregado de mesa “que afinal era de Denver”, conta risonha, espalhando a boa disposição numa sala cheia de gente entusiasmada por voltar a ver uma das artistas indie mais acarinhadas no nosso país. Pode não falar a nossa língua, mas esta abordagem sem excesso de açúcar resulta na perfeição com um público que gosta de ser mimado, mas que já leva muitos anos de concertos para perceber quando os piropos são ou não de circunstância.

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