«Quem é que defende?», o espaço de opinião de Sofia Oliveira no Maisfutebol.
Quem guarda pedras para atirar àqueles que analisam o futebol ignorando os números esquece-se do quão patetas seriam as conversas entre duas pessoas que estivessem a elogiar «os belos primeiros 45 minutos do Chaves em Alvalade, que nem respirou entre sucessivos ataques do Sporting ou praticamente pisou o meio-campo ofensivo, valendo-lhe, sobretudo, a desinspiração dos adversários na hora de definir ou finalizar no último terço. As amostras de Sporting e Benfica na Liga dos Campeões não servem para congratular a equipa de Rúben Amorim pela aclamada capacidade de sofrimento – termo popular e fofinho que veio substituir o mais sóbrio «nem sabes como é que não sofreste» – no início da segunda-parte, nem a equipa de Roger Schmidt pela bola de Moise Kean ao poste da baliza de Vlachodimos aos 71 minutos, que de certeza que também há quem ache que foi estrategicamente preparada pelo técnico alemão. Se essa malta que por aí anda a comer o pão que o diabo amassou não escolher, primeiro, como é que as suas equipas querem perder ao invés de como é que as suas equipas querem ganhar, receio que pouco ou nada irão crescer.