O realizador franco-suíço Jean-Luc Godard, pai da Nova Vaga francesa, morreu esta terça-feira aos 91 anos, noticiou o diário Libération, citando fontes ...
O primeiro, nascido de um romance do italiano Alberto Moravia, é lido como uma reflexão sobre o próprio cinema e uma crítica à hegemonia dos estúdios norte-americanos, tudo isto contando a história de um casal em crise, Paul e Camille, que se muda para Roma por causa de um filme de Fritz Lang (o realizador austríaco faz de si mesmo nesta produção). A frase “o cinema é a verdade a 24 frames por segundo”, máxima que se lhe colou como uma segunda pele, ajuda a enquadrar os filmes que assina a um ritmo alucinante nos anos 60. Nos obituários que hoje a imprensa lhe dedica é sublinhada a sua capacidade para se reinventar e são identificadas quatro grandes fases na sua produção, reflexo da forma como soube adaptar-se, sem concessões algumas, ao evoluir dos tempos e até da tecnologia aplicada ao cinema.
O cineasta francês morreu esta terça-feira, aos 91 anos, e foi um dos pioneiros do movimento Nouvelle Vague, dono de um estilo iconoclasta e aparentemente ...
Regressou à capital francesa em 1949, onde começou a frequentar os cineclubes parisienses. Juntamente com Truffaut, Rivette e Eric Rohmer fundou a revista “La Gazette du Cinéma” e começou a carreira como crítico na famosa revista “Cahiers du Cinéma”. O cineasta morreu esta terça-feira, aos 91 anos,
É um dos nomes decisivos na História do cinema. Filmou para quebrar regras e criar novos modelos de expressão. Conquistou prémios, criou estrelas e deixa um ...
Entre todos eles, a contínua criação de uma linha ténue entre verdade e ficção, a mesma que o levou a proferir uma das frases que mais vezes viu citada: “O cinema é a verdade a 24 imagens por segundo”. Foi na década de 60, início dos anos 70, que Godard encontrou o seu período criativo mais desafiante e influente. No início do século XX teve um ressurgimento, nos olhares de quem o descobriu (ou redescobriu), mas também através da própria obra. O primeiro passo foi a crítica de cinema, à qual se dedicou na companhia de André Bazin (que haveria de fundar os famosos Cahiers du Cinéma) e de outros que seriam fundamentais na construção da Nouvelle Vague e da revolução que a partir de Paris haveria de contaminar o cinema mundial: François Truffaut, Éric Rohmer, Jacques Rivette ou Claude Chabrol, todos eles críticos, todos eles insatisfeitos, todos eles à procura de protagonismo fundado na vontade de fazer mais e fazer novo. Depois de uma série de curtas, Jean-Luc, decidido e convencido, pediu licença a François para trabalhar a ideia deste: a história aparentemente pouco elaborada de um bandido perseguido e de uma mulher que nele encontra a razão de tudo. Ao mesmo tempo, a inquietação que o moveu há décadas foi a mesma que, nos anos mais recentes, o levou a explorar as possibilidades do digital e a satisfazer uma permanente necessidade criativa, conquistando sempre novas gerações de seguidores.
O cineasta franco-suíço tinha 91 anos. PorCarolina Rico. 13 Setembro, 2022 • 09:26.
"Foi alguém que levou o cinema, em permanência, aos limites daquilo que se foi entendendo como cinema, procurando 'contaminações' com outros campos", como a televisão e outros formatos. Nove dos seus filmes estiveram em seleções oficiais do Festival de Cannes e seis nas de Veneza. "Foi ele o primeiro que libertou a linguagem cinematográfica.
Realizador, considerado o pai da nova vaga do cinema francês, tinha 91 anos.
"Ele começou a escrever sobre os filmes que via na [revista] 'Cahiers du Cinema' e formou alianças com artistas que se tornariam no núcleo da Nova Vaga francesa. Ambos revolucionaram as suas formas", disse Tarantino, numa entrevista de 1994 com a Film Comment. Nascido em Paris, em 1930, Godard passou os primeiros anos da sua formação na Suíça, tendo estudado Etnologia na Sorbonne, em Paris, onde "conversas de café com estudantes e um trabalho manual numa barragem" constituíram grande parte da sua aprendizagem, que inspirou a primeira curta-metragem, "Opération Béton", de 1954, lembra a biografia disponível na Enciclopédia Britânica.
Segundo jornal francês "Liberation", cineasta morreu aos 91 anos. Diretor de "Acossado" (1960) e "O desprezo" (1963) rompeu paradigmas ao cinema mundial e ...
Entre suas obras de maior destaque estão "Acossado" (1960) e "O desprezo" (1963). O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver um filme do Godard". "Jean Luc-Godard foi o mais iconoclasta dos cineastas da Nouvelle Vague.
A morte do realizador de filmes como "O Acossado", "O Desprezo" e "Pedro, o Louco" foi confirmada pelo jornal Libération.
Para o cinema, ficou a colaboração em "O Maoísta". Em abril de 2020, voltou a fazer uma aparição para dar uma "masterclass" sobre "imagens nos tempos do coronavírus". Começou aí a relação, que se desgastou com um filho natimorto e as tensões com a família de Godard que não aceitava a atriz, que o abandonou. Os filmes seguintes, como "Prénom: Carmen" (1983 "Nome: Carmen") e "Je Vous Salue, Marie" (1984, "Eu Vos Saúdo Maria"), provocaram polémica, com o segundo, irreverente em relação aos valores cristãos, a ser proibido em vários países e a provocar manifestações noutros, incluindo Portugal. as pessoas usam-na para ver um filme da forma que querem, e já não vão realmente às salas de cinema", lamentou. Criou a seguir com Jean-Pierre Goran o grupo de cinema Dziga Vertov — assim chamado em homenagem a um cineasta russo de vanguarda — e virou-se para o cinema político.
Conhecido pelo seu estilo iconoclasta de filmar, que parecia quase improvisado, Godard deixou a sua marca na história do cinema numa série de filmes politizados ...
A sua primeira longa-metragem, em 1960, foi "O Acossado" (À bout de souffle, no original em francês), um dos filmes mais marcantes da chamada "nouvelle vague" francesa, com Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg nos papéis principais. Ambos revolucionaram as suas formas”, disse Tarantino, numa entrevista de 1994 com a Film Comment. “Ele começou a escrever sobre os filmes que via na [revista] 'Cahiers du Cinema' e formou alianças com artistas que se tornariam no núcleo da Nova Vaga francesa. [Libération ](https://www.liberation.fr/culture/cinema/mort-de-jean-luc-godard-histoire-du-cinema-20220913_4CZHL3TCIZELDKSELOABOVFREM/)sobre Godard abre com uma citação do português Manoel de Oliveira (1908-2015), com quem Godard dialogava em abundância, que dizia que o cinema do autor de “O Maoista” “é a saturação de signos magníficos que se banham à luz da sua falta de explicação”. Nous perdons un trésor national, un regard de génie.— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) Godard esteve na criação de um coletivo intitulado Dziga Vertov, que, mais do que produzir “filmes políticos”, radicais em termos estéticos, tinha o propósito de “fazer filmes politicamente”, o que impunha a perspetiva em “todo o processo", da produção à rodagem, citava a Cinemateca Portuguesa, na apresentação de um ciclo sobre o grupo, em 2018.
O cineasta francês morreu esta terça-feira, 13 de setembro. Ainda não são conhecidas as causas da morte. 13/09/2022 às 10:06. Morreu esta terça-feira, ...
Jean-Luc Godard foi um dos principais nomes da “Nouvelle Vague” (Nova Vaga) e está entre os mais respeitados cineastas da atualidade, tendo influenciado o trabalho de gerações de criadores. Godard venceu o Urso de Prata de Melhor Realização no Festival de Berlim com “O Acossado” em 1960, uma Palma de Ouro especial no Festival de Cinema de Cannes de 2018 pelo documentário “O Livro de Imagem”, dois Césares Honorários (em 1987 e 1998) e um Óscar Honorário em 2010, pela paixão e “confrontação” da sua arte. Foi responsável por obras-primas como “O Acossado”, “O Desprezo” e “Pedro, o Louco”, entre outros.Nove dos seus filmes fizeram parte das seleções oficiais do Festival de Cannes.
Parte fundamental da 'Nouvelle Vague' francesa, Godard tem uma longa carreira premiada, que vai desde o galardão de melhor realizador, em Berlim, ...
"Ele começou a escrever sobre os filmes que via na [revista] 'Cahiers du Cinema' e formou alianças com artistas que se tornariam no núcleo da Nova Vaga francesa. Ambos revolucionaram as suas formas", disse Tarantino, numa entrevista de 1994 com a Film Comment. Nascido em Paris, em 1930, Godard passou os primeiros anos da sua formação na Suíça, tendo estudado Etnologia na Sorbonne, em Paris, onde "conversas de café com estudantes e um trabalho manual numa barragem" constituíram grande parte da sua aprendizagem, que inspirou a primeira curta-metragem, "Opération Béton", de 1954, lembra a biografia disponível na Enciclopédia Britânica.
Para o que interessa, que é a cultura, o que partilhamos na vida, Godard será lembrado pela obra. Nenhum poder dinástico jamais alcançará esse respeito.
O Festival Internacional de Cinema DocLisboa vai celebrar a vida do cineasta Jean-Luc Godard com a exibição do documentário "Godard Cinema", ...
Este ano, o DocLisboa abre e fecha em simultâneo em Lisboa e no Porto. Em estreia no DocLisboa, vai passar ainda o filme "Onde fica esta rua? "Ana Vîjdea, César Pedro, Irene M.
Anna Karina, Anne Wiazemsky e Anne-Marie Miéville corresponderam a distintos momentos do “pai” da Nouvelle Vague .
E a chegada de Anne-Marie Miéville à vida de Godard, sucedida durante o período inicial dos anos 70 em que ele estava afastado do cinema dito “normal”, coincidiu também com a descoberta do vídeo – cujas possibilidades de manipulação e de dissecação da imagem (ou de outras coisas através da imagem: do movimento, por exemplo) ele se pôs imediatamente a estudar e experimentar. Não ficou muito tempo no cinema de Godard, Wiazemsky, mas ficou o tempo suficiente para se tornar o principal rosto do período politicamente mais radical do cineasta, antes do “desaparecimento” dele no colectivo que se chamou Grupo Dziga Vertov. Os ares do Maio de 1968, período em que a politização do cinema de Godard – na verdade, iniciada antes, como um pressentimento do seu nariz de sismógrafo – se torna expressa, coincide com o seu encontro com Anne Wiazemsky.
É difícil olhar o trabalho de Godard como uma obra, melhor chamar-lhe galáxia. O realizador francês, que começou a olhar o cinema no papel de crítico, ...
Parte fundamental da 'Nouvelle Vague' francesa, movimento que revolucionou o cinema a partir dos anos 1950, Godard tem uma longa carreira premiada, ...
“Ele começou a escrever sobre os filmes que via na [revista] 'Cahiers du Cinema' e formou alianças com artistas que se tornariam no núcleo da Nova Vaga francesa. Ambos revolucionaram as suas formas”, disse Tarantino, numa entrevista de 1994 com a Film Comment. O texto do Libération sobre Godard abre com uma citação do português Manoel de Oliveira (1908-2015), com quem Godard dialogava em abundância, que dizia que o cinema do autor de “O Maoista” “é a saturação de signos magníficos que se banham à luz da sua falta de explicação”.
Reacções de cineastas e investigadores portugueses à morte do “maior criador de sempre”, como diz José Manuel Costa, director da Cinemateca.
Na história do cinema houve três momentos que partiram tudo. Um deles foi, indiscutivelmente, O Acossado. Mas devemos ao seu autor infinitamente mais do que ...
Resolvamos já a questão: nós, os que, como ele, nos relacionamos com o mundo através do cinema) ser ainda mais vasta do que o que devemos a Welles. Mas devemos ao seu autor infinitamente mais do que isso. Na história do cinema houve três momentos que partiram tudo.
De "O Acossado" a "O Livro de Imagem", Eurico de Barros passa em revista a carreira, os filmes e as mutações de Jean-Luc Godard, farol da Nouvelle Vague, ...
Uma frase que deixa bem claro a altura do estatuto de que o autor de “O Acossado” e “Masculino Feminino” gozava entre os seus maiores e mais indefectíveis devotos. No seu livro “A Furiosa Paixão pelo Tangível” (1987), Vasco Graça Moura tem um poema, “burlesca”, escrito na sequência de uma ida à Cinemateca para ver o filme “Nome: Carmen”, de Jean-Luc Godard. [inicie aqui a sua sessão](#login-popup).
Fala dos cinco reinos, dos cinco continentes e dos cinco dedos da mão. Como se tudo já existisse na sua perfeição e o homem usasse a sua habilidade para o ...
Todos os anos, pelo mês de Março, uma família de ciganos andrajosos montava a sua tenda perto da aldeia e, num grande alvoroço de apitos e timbales, dava a conhecer as novas invenções.” Para o professor, apenas um excerto era suficiente para nos mostrar a plenitude da obra. Lembro-me, ainda hoje, do primeiro parágrafo da obra Cem anos de Solidão, de Garcia Marquez, não tivesse tido o privilégio de ter sido discente do professor António Branco, na Universidade. Se não verdades, serão representações reduzidas e violentas de factos, que provocam nos espetadores um contraditório apaziguamento da alma e uma estranha esperança na condição do mundo e dos homens.
Dos tempos heróicos da Nova Vaga francesa até à sábia integração de técnicas e linguagens da televisão, Jean-Luc Godard é um dos nomes maiores da história ...
O desenlace de tudo isso tem o título, naturalmente ambíguo, de Nouvelle Vague (1990), numa espécie de espelho de um romantismo para sempre perdido, ainda que dolorosamente "reinventado" através do par formado por Alain Delon e Domiziana Giordano (a actriz italiana que Andrei Tarkovski revelara, em 1983, no seu Nostalgia). Dominado pela presença de duas estrelas - Yves Montand e Jane Fonda -, o filme tem um lugar decisivo nas transformações temáticas e estéticas de Godard, até porque seria a partir daí que, por novo e fascinante paradoxo, ele começa a usar as novíssimas câmaras de video: Número Dois (1975), sobre a desagregação do espaço familiar e o poder crescente da televisão, foi a "bandeira" desse processo. Será um exagero simbólico - Godard sempre escolheu o presente contra qualquer pretensão "profética" -, mas é um facto que se seguiu uma "fase militante" em que as convulsões políticas do mundo (das heranças marxistas à Guerra do Vietname) encontraram ecos vários em títulos como One + One (1968), tendo como ponto de partida os Rolling Stones e as gravações do álbum Beggars Banquet, ou Le Gai Savoir (1969), inspirado no Émile, de Rousseau. Em 2014, numa emissão da RTS (Rádio Televisão Suíça), a propósito da passagem de Adeus à Linguagem na competição do Festival de Cannes, Godard fora questionado sobre o legado que seria o seu "para além da morte", considerando que a questão não se poderia colocar apenas em função da vontade de "morrer o mais tarde possível". Para os protagonistas da Nova Vaga, a energia vital provinha da tenacidade com que defendiam, nomeadamente na revista Cahiers du Cinéma, os grandes criadores do cinema clássico, por vezes os mais menosprezados (Howard Hawks, Alfred Hitchcock, etc.), apostando na possibilidade de uma genuína revolução de linguagens. Um amigo da família declarou que esta "era a sua decisão e era importante para ele que se soubesse."
O mundo ainda não está preparado para Godard. Talvez daqui a um século ou dois, quando se perderem as distinções entre livros e músicas e filmes e pinturas e ...
Eu cá gostei imenso de pegar nele. Quem quisesse, que lhe pegasse. Godard teve a coragem de ser como era e de fazer o que tinha a fazer.
O Festival Internacional de Cinema DocLisboa, marcado para outubro, será dedicado a Jean-Luc Godard, "cineasta livre e instigante, comprometido e atento", ...
Este ano, o DocLisboa abre e fecha em simultâneo em Lisboa e no Porto. Devemos-lhe o programa que apresentamos e celebramos a sua vida em cada projeção", sustentou o festival, que apresentou esta terça-feira a programação completa. Em estreia no DocLisboa, vai passar ainda o filme "Onde fica esta rua?
Informação foi confirmada à agência AFP por um representante legal da família. Cineasta franco-suíço morreu nesta terça-feira (13), aos 91 anos.
Em 2014, Godard ganhou o prêmio do júri do Festival de Cannes por "Adeus à Linguagem". O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver um filme do Godard". Uma é sobre José (Theirry Rode) e Maria (Myriem Roussel), um casal contemporâneo. Depois disso, eu direi: 'Adeus, cinema!'", declarou. "Foi uma decisão dele e é importante que se saiba". José é taxista, Maria trabalha em um posto de gasolina. O professor de ciências tem um caso com uma aluna, com quem mantem discussões filosóficas. Um anjo anuncia a Maria que ela está grávida, o marido a acusa de traição, e ambos têm o desafio de aceitar a gravidez e os planos divinos. Suas produções também causaram controvérsia em setores tradicionais, com a igreja católica. "Jean Luc-Godard foi o mais iconoclasta dos cineastas da Nouvelle Vague. Ele inventou uma arte decididamente moderna e intensamente livre. A informação foi dada por Patrick Jeanneret, representante legal da família do cineasta, à agência AFP.