A rixa: os alviverdes são de Atenas, nascidos na classe média alta da capital grega. Os alvirrubros vêm de Pireu, região portuária, de classe trabalhadora e ...
Isso foi a “represália” dos alviverdes por causa de um clássico de 2014, quando o presidente do Panathinaikos foi atingido por um objeto arremessado por torcedores e jogadores da equipe alvejados por sinalizadores. A partida atrasou mais de 15 minutos e durante o jogo mais casos de violência foram registrados (um jogador do Olympiacos foi atingido no ombro por fogos e o técnico do time quase foi acertado por uma cadeira arremessada pela torcida). O árbitro da partida encerrou o duelo antes de acabar a prorrogação e a federação de futebol do país decidiu não remarcar um novo jogo nem dar o título a ninguém. Tanto é que a imprensa mais espera brigas e novos “shows” dos hooligans do que o futebol em si. Os torcedores jogaram vários objetos no gramado, o gol não saiu e, para piorar, os times pareciam contentes com o empate e a possibilidade de um novo jogo para faturar mais dinheiro, afinal, não havia disputa de pênaltis. Dois anos depois, as torcidas invadiram o gramado de um novo duelo de copa, dessa vez na semifinal, só para forçar mais uma partida. Após o título nacional de 1930, o Panathinaikos (fundado em 1908) viu o mais novo rival (fundado em 1925) celebrar sua primeira taça já em 1931. A origem humilde do Olympiacos e seu rápido sucesso atraiu fãs de todo país e foi a principal forma de manifestar o descontentamento com as condições sociais e políticas em contraponto à classe média alta de Atenas. Eis os motivos: na final de 1962, o jogo entre os inimigos eternos teve que ser cancelado por causa do clima hostil criado pelas torcidas e também pelos jogadores – o primeiro tempo teve 66 minutos e três cartões vermelhos! O clássico é, sem dúvida, um dos mais perigosos para se assistir em toda a Europa e forçou até a mudança de regras da Copa da Grécia. De lá para cá, os confrontos sempre foram repletos de momentos controversos, muita catimba, torcidas em ponto de explosão e a famigerada guerra de classes entre ricos e pobres. Antes de um duelo entre Panathinaikos e Olympiacos, os alvirrubros, certos da vitória, levam caixões de madeira ao estádio simbolizando o funeral do time da capital.