O festival Paredes de Coura termina este sábado, dia 20 de agosto, com Pixies como cabeças de cartaz. Ao contrário das duas últimas noites, o recinto estará ...
Não foi por falta de tentativas, mas a verdade é que a atuação que a música belga nos apresentou foi apenas morna, tal como a de Márcia, meia hora antes no palco secundário. “Eu sei que está muito quente, mas vamos dançar” pediu na sua estreia em Portugal e alguns corpos junto ao palco começaram a mover-se languidamente. Torna-se difícil existir em Paredes de Coura com temperaturas altas, mas sem elas é quase como se faltasse uma peça essencial no festival.
Vodafone Paredes de Coura 2022, Dia 4 – A estrada a caminho, a nova campeã Arlo Parks, o caos calmo de Ty Segall e o deslizar pela noite dos The Blaze · Vodafone ...
Numa atuação enxuta em termos de expansividade como é típico de uma música mais de beats do que de riffs, esta preocupação ajuda também a agarrar uma parcela do público maior do que a esperada numa altura em que a madrugada já se começa a prolongar-se. Monstro do rock de garagem e caótico multi instrumentista e inspirador de múltiplos projetos (contámos mais de uma dúzia, os Fuzz que também já passaram por aqui serão os mais conhecidos), Segall aqui está com a Freedom Band e dá uma demonstração de mestria no estilo, alto, estridente, cujo filho mais novo é Hello Hi. Mesmo com um ou outro prego no meio, a doçura e o sorriso de Arlo Parks, de origem nigeriana, chadiana e francesa (a primeira língua que aprendeu), tudo conquistam, numa vulnerabilidade até a puxar ainda mais pelos instintos protectores de quem está a ver e ouvir.
De repente, começou a tocar uma batida electrónica confiante, a dissidir do mais negro do industrial. Nestes idos de 2016, ouvir pela primeira vez Boy Harsher e ...
Um jovem está a fumar um charro ao som da música que outro rapaz está a produzir a partir de um sintetizador, e que também canta para um microfone. E porque a noite é de dança, vamos não nos alongar no concerto de Ty Segall, acompanhado pela Freedom Band. A dada altura, os dois estão a dançar no meio do aposento, um deles agarra na cara do outro e impele-o a deixar entrar a outra ponta do charro na boca, para que inale o fumo. Esta é aquela noite em que as pessoas já acusam o cansaço e, portanto, toda a carga urbano-depressiva que a música de dança possa conter é sonegada. Com dez minutos de atraso devido a problemas técnicos, as luzes do palco secundário apagam-se e começa a ouvir-se uma batida: bem-vindos à estética distópica da dupla de cold wave sediada em Northampton, Massachusetts. O cansaço começa a fazer-se sentir e ainda falta a ronda de actuações deste sábado.